10.16.2006

O Perigo do Paternalismo nas Empresas

Witer Brasil
Outubro 2006


A história conta que em uma noite escura de inverno, Napoleão (1769-1821), militar estadista francês, havia dado uma ordem radical: naquela noite nenhum soldado deveria acender fogo e produzir luz. A pena para quem desobedecesse seria a morte. Caiu à noite, e num horário já mais avançado, Napoleão viu uma pequena luz reverberando em uma barraca distante. Indo até lá, o grande caudilho notou que o soldado escrevia uma carta para sua mãe e assim que percebeu sua presença, após um pequeno tempo de interrupção silenciosa, continuou a escrever informando sua mãe que acabara de desobedecer a uma ordem do General e por isso deveria ser executado no dia seguinte. Napoleão vendo o que o soldado tinha colocado na carta, ordenou que continuasse a escrever informando sua mãe que iria ser poupado de execução, pois o exercito não poderia perder um soldado com tamanha coragem, resignação e alto controle como estava demonstrando.

Os soldados de Napoleão, segundo a história, eram de uma lealdade inexplicável. O grande general, tão famoso ficou, pela sua personalidade marcante, pela sua determinação, sua capacidade impressionante de magnetizar pessoas a seu favor, de conseguir apoio irrestrito de seus comandados, mesmo sabendo que estavam sendo encaminhados à morte.

Nos dias de hoje, nas empresas, lideres que conseguem atrair a boa vontade de empregados para trabalho duro e dedicação, do modo como Napoleão conseguia lealdade e dedicação de seus soldados, para muitas médias e pequenas empresas, pode ser apenas o desejo de uma situação utópica.
Os lideres talentosos, geralmente, já estão em grandes times que pagam salários, praticamente impossíveis para os pequenos. Mas, pequenos e médios empresários, precisam de empregados qualificados, que dá retorno, pessoal com garra, com dedicação e acima de tudo, que estejam comprometidos com os objetivos da empresa. Diante dessa situação, geralmente partem para providencias empíricas.

Quando não há uma orientação técnica, de pessoal com experiência, as coisas nem sempre, acontecem de modo satisfatório. Existem casos, que com certa freqüência em médias e pequenas empresas, os dirigentes sempre que podem, realizam eventos. Com apoio do RH, da diretoria, sem deixar de ver a opinião da secretária do chefe, com sugestão dos grupinhos que eventualmente fazem a área do café um meeting poit, comemoram aniversários, casamentos, nascimentos etc.
O propósito é promover um nível social mais elevado, criar um espírito de solidariedade e colaboração, proporcionar satisfação e motivar as pessoas para o trabalho.
Mas, apesar dos esforços sociais, acontecem que empregados, eventualmente, apresentam queixas; não ficam contentes; demonstram desinteresse e apresentam com pouca motivação para a realização de suas atividades.
O que está errado, quando isso acontece?

Isso é um caso clássico de cultura paternalista.
Sempre vai dar errado quando desenvolver práticas para agradar empregados. Segundo Jack Welch¹, (Revista Exame, p.77-jul. 2006) sobre esse mesmo assunto, diz o seguinte: “com o tempo eles invertem a principal cláusula do contrato de trabalho: eles passarão achar que a empresa trabalha para eles”. Esse tipo de problema, fundamentado em fenômeno comum, com mais freqüência em pequenas e medias organizações, fica caracterizada para os empresários uma encrenca criada por eles mesmos, ou por omissão.

Então, Como aumentar o comprometimento dos empregados com os objetivos da empresa?
Primeiro é preciso entender que as comemorações precisam ter uma justificativa. Comemorar é uma forma de reforçar o comportamento. Logo teremos de comemorar resultados de objetivos empresariais conquistados pelos empregados, ao invés de festas sem significados ou simples confraternizações que não estão relacionadas com objetivos profissionais. Napoleão ao poupar a vida de um soldado, premiando-o assim, fez com que ele se comprometesse mais ainda, relacionando a sua coragem e bravura a sua grande causa (o objetivo maior).

Para acabar com o paternalismo é necessário reunir pessoas e definir objetivos de programas de desempenho operacionais, ao invés de festas para atender necessidades pessoais.
Elaborar planos de incentivos com premiação periódica de resultados e criar disputa ao invés de deixá-los livres sem nenhuma cobrança.
Esses programas e planos de incentivos deverão ser desenvolvidos com a contratação de técnicos ou consultores da área de administração e endomarketing, caso a empresa não tenha pessoal qualificado para isso. A orientação de administradores pode ser a certeza que os novos procedimentos estarão sendo implantados corretamente. Pode ser a chave para se livrar da encrenca que os empresários se meteram.
E finalmente acompanhar controlando e torcendo pelo sucesso do empregado na conquista dos seus objetivos.
Ai sim! Comemorar os resultados (reforçando comportamentos) é um procedimento conveniente que dirigentes devem assumir.

A Felicidade e satisfação dos empregados são decorrentes dos resultados da empresa, conquistado por eles. É como a felicidade de uma criança, quando anda pela primeira vez. Ela fica feliz porque conseguiu andar, descobriu que foi uma conquista sua, por isso, a festa que avós, tios e outros parentes fazem, por vê-la caminhar sem ajuda, é apenas a maneira de reconhecer e reforçar sua façanha.


Referência:
¹Jack Welch – Ex. CEO da GE; Consultor e colunista da Rev. Exame.
Witer Brasil é consultor em Administração de Empresas com especialização em Marketing e Comunicação. Como professor leciona Economia, Marketing e Estatística. witerbrasil@gmail.com Fone 31-9197.8178/31-3681.8844

10.10.2006

Pista de Cooper da Praça e o Marketing Social Ecoeficiente





CRÔNICA

Witer Brasil - 06-10-06

Geralmente em bairros de classe A das grandes cidades, existem praças com pistas de Cooper. Em uma dessas, com bastante vegetação e belos jardins, quiosques que vendem água de coco, refrigerantes e salgadinhos, vai ser o nosso cenário e ponto de observação.
'A Parte o conceito pouco lisonjeiro de Maquiavel, é o local onde a prefeitura monta seu grande “circo e distribui pães ao povo”, realiza suas promoções, eventos e outras formas de comunicação, independente de interesses políticos. É a aplicação do Marketing Social, junto à natureza estruturada com pista de Cooper. Um verdadeiro cenário verde e palco do marketing ecoeficiente.

A praça que conhecemos é repleta de grandes figuras, personagens constantes, mas efêmeras pelas manhãs ou final de tardes, na pista de Cooper.
São atores despretensiosos, de um palco visível aos expectadores que surpreendidos passam, de carro ou a pé, contemplando curiosas formas de comportamento para caminhar ou correr. Isso é a principal curiosidade, o ponto alto, a janela das almas, por onde nos penetramos indiscretamente, para ver a interpretação de personagens tão diferentes e às vezes bizarras. Chega a ser divertido:

A “Pista de Cooper da Praça” é uma verdadeira passarela por onde desfilam homens e mulheres. As mulheres mais discretas, porem mais fascinantes.
São tantas! umas alegres, outras falantes, umas caminhando e outras correndo. Despojadas de roupas tradicionais exibem uma indumentária justa ao corpo, colante, mostrando o que têm de mais bonito, as formas e curvas do corpo, tornozelos abaulados, pernas bem torneadas, barriguinhas sedutoras e bumbuns rechonchudos. Um verdadeiro desafio aos estereótipos do superego, onde se funda em paradoxo e fica subentendida a proibição.

Os homens são mais engraçados. Também nessa passarela de exibição se apresentam de forma muito variada, cada um com a sua própria característica, sua maneira de ser, o modo de exibir a técnica inovadora que criou para correr, para fazer alongamentos, modo correto de respirar e articular.

Sentado em um banco da praça, saboreando água de coco e observando as pessoas, a gente vai se deliciando com o desenrolar dos acontecimentos e comportamentos de diferentes corredores ou andarilhos de uma “Pista de Cooper da Praça”, sem saberem que estão sendo observados.

Há, por exemplo, um tipo pitoresco que a gente avista de longe. Vem ao nosso encontro, caminhando altivo e se movimentando todo, braços e pernas, pisando no chão com muita firmeza e esbanjando vigor, parecendo mais um daqueles soldados comunistas que marchava na praça vermelha, mas sem farda militar, com roupas descontraídas, tipo bermuda e camiseta, fica insinuando apenas o desejo de ser um grande sargento.

Há também o tipo remador; é aquele que corre com os braços levemente dobrados e mãos fechadas, como se estivesse segurando remos e movimentando-os alternadamente conforme os passos e movimento do corpo, a uma altura, de modo a sugerir o remar dos dois lados de uma canoa.

Um tipo interessante, porem com menos freqüência, é o caso de um personagem que corre com pouca velocidade e com os dois braços sem movimentá-los e esticados um pouco para frente, com as mãos fechadas e tensas, como se estivesse empurrando um carrinho, articula passos bem miúdos e dá a nítida impressão que está o tempo todo segurando um Pum.

Outro tipo pitoresco é aquele que para correr assume uma postura graciosamente original, se posicionando levemente inclinando para frente, como se estivesse querendo dar uma cabeçada em alguém e com os braços um pouco abertos e tensos, também sem movimentá-los, como se estivesse cercando galinhas é um dos tipos mais engraçados. Corre em zig-e-zag com pouca velocidade, costurando entre as pessoas, e dessa forma, desempenhando a cena que faz lembrar, também, uma galinha choca, com asas abertas, protegendo seus pintainhos.

Muito comum, são aqueles que para fazer alongamento usam uma arvore qualquer no seu caminho. Posicionam-se na frente dela, com as duas mãos depositam toda força que têm sobre o tronco. Se fingirmos que não sabemos o motivo desse procedimento, fica parecendo que estão querendo, inutilmente, derrubar a arvore.

Enquanto esses atores desfilam pela passarela da “Praça com Pista de Cooper”, funcionários da prefeitura distribuem graciosamente para as pessoas mudas de hibisco. Em um palanque improvisado, palhaços de um grupo teatral divertem as crianças, o jornaleiro da banca fica atarefado, e daqui a pouco –diz o pipoqueiro-, uma dupla sertaneja vai cantar. A satisfação toma conta do lugar, alegria se manifesta e tudo no seu devido tempo normalmente acontece. Mas, nalgum lugar, existe um casmurro, a observar cada um dos modelos sociais, buscando com ansiedade e expectativa de mais um tipo pitoresco para contar.



Ah! Se todas as prefeituras desse país tivessem espaços estruturados, como esse, para oferecerem as pessoas satisfação de necessidades tão nobres e por meios tão engraçados. Se soubessem montar circos e distribuir pães corretamente, (no bom sentido). Então seriamos todos cidadãos mais notáveis, mais ricos de saúde, mais civilizados e com mais esperança na competência dos governantes. O Marketing Social e ecoeficiente seria indispensável e o mais aplicado por todos governantes municipais. Os resultados seriam nossos. Nosso bem estar, nossa satisfação, nosso prazer pela vida e cidadania altamente justificada com IDH tão elevado como a dos escandinavos.

Bem-aventurado os que caminham e correm felizes e indiferentes ao bobo do observador que se recusa inventar, também, um tipo esquisito para desfilar na “Pista de Cooper da Praça”.
Witer Brasil é consultor em Administração de Empresas com especialização em Marketing e Comunicação. Como professor leciona Economia, Marketing e Estatística. witerbrasil@gmail.com Fone 31-9197.8178/31-3681.8844

10.07.2006

Lixo Urbano e o Grande Papel do Marketing



Lixo urbano nas grandes cidades e o papel do Marketing na sociedade é o tema desse artigo, que tem como objetivo explicar as razões do exagerado volume de resíduos sólidos e úmidos¹ (lixo), a necessidade de aterros sanitários colossais e qual a responsabilidade do marketing nesse contexto e contribuição do seu papel ético na sociedade que é: a) Limpeza, b) Reciclagem e c) Conservação dos Recursos Naturais, segundo (AMERICAN MARKETING ASSOCIATION - AMA).
É uma pesquisa que procura confirmar possíveis causas desses problemas, entender aspectos culturais relacionados ao descarte de resíduos úmidos pela população e esclarecer dúvidas sobre a eficácia do papel do Marketing na sociedade quanto a sua contribuição para a proteção do meio ambiente.
O lixo e o tratamento dado a ele é um problema oculto aos olhos da população. Essa realidade requer providencias urgentes por se tratar de condição de vida saudável no “ambiente” natural das pessoas. Desse modo, estaremos permitindo que as pessoas tomem conhecimento de métodos mais racionais para descarte de resíduos.
É necessário que tenhamos consciência da necessidade de técnicas eficientes na decomposição de matérias orgânicas, como a compostagem, altamente conveniente para reduzir o tamanho dos lixões. Tem ainda, como objetivos, buscar informações sobre, o que as empresas já estão fazendo para evitar acúmulo de materiais em lixões e a importância de se credenciarem a gestão de qualidade ambiental, através da série ISO 14000.--Para ver o texto completo clic no endereço que segue: www.webartigos.com/articles/428/1/lixo-urbano-e-o-grande-papel-do-marketing ou http://www.webprofessores.com/novo/artigos/ver_artigo.php?cod_art=1733
Witer Brasil é consultor em Administração de Empresas com especialização em Marketing e Comunicação. Como professor leciona Economia, Marketing e Estatística. witerbrasil@gmail.com Fone 31-9197.8178/31-3681.8844