4.29.2015

Não há coleta seletiva de lixo se o descarte não for seletivo

Segue trecho final do artigo O GRANDE PAPEL DO MARKETING NA SOCIEDADE   p/Witer Brasil – público na internet

[...]Aspectos culturais e hábitos no descarte de resíduos
Para concluir esse trabalho, foi necessário a coleta de dados primários para entender e confirmar o suposto de como as pessoas descartam seus resíduos úmidos e sólidos. Usando técnica de observação em cozinhas de apartamentos e casas onde foi possível o acesso para esse trabalho, sempre que surgia a oportunidade e em dias diferentes, no espaço de quatro meses. Foram obtidos resultados, com uma amostragem, praticamente padrão em 22 casos observados. Isto é, mais de 99% das pessoas tendem a descartar papéis, plásticos, metais e vidros, misturando-os aos resíduos úmidos que deveria ter um destino totalmente diferente, fabricando assim o verdadeiro lixo. Na lixeirinha onde deveria ser apenas de resíduos úmidos ou orgânicos, foram encontrado embalagens de plásticos de frango, embalagens de biscoitos e até latinhas de refrigerantes.

Resíduos Úmidos: são restos de alimentos que descartamos para o seu preparo ou quando é feita a limpeza de panelas e restos de frituras. É aquele material que fica no ralinho da pia quando lavamos a louça e que é descartado corretamente na lixeirinha. Esse é um material orgânico de origem animal ou vegetal que pode ser facilmente devolvido a natureza, de onde veio, em forma de adubo e altamente conveniente ao meio ambiente. Seu destino deve ser a compostagem e não aos lixões.

Resíduos Sólidos: pode ser entendido por todo material que geralmente vem da indústria assim como, plásticos, papeis, metais e vidros (ppmv). É preciso entender que esse material não é lixo. Vidro não é lixo, papel não é lixo, metal está longe de ser lixo e plástico muito menos. Trata-se de um material reciclável que deve ser devolvido a indústria e por isso não deveria ser misturado aos resíduos úmidos. Podemos também, concluir que quando é jogado um pedaço de papel ou plástico em uma lixeirinha de resíduos úmidos, ai sim, está sendo feito lixo e tirando a condição de que a coleta seletiva se realize com eficiência. Outra conclusão é que as pessoas não estão sendo conscientizadas e nem adquirindo educação ambiental. Um verdadeiro exemplo da falta de educação e conscientização foi resultado de observação feita em recipiente para coleta seletiva em escolas e em Shoping’s de Belo Horizonte, locais onde se supõe ser freqüentado por pessoas com nível de educação considerável. Nos recipientes destinados a papéis foram encontradas embalagens de iogurte, outros tipos de plásticos, resíduos de sanduíches. No recipiente disponível a plásticos foram encontrados papeis, vidro etc. Dessa forma, sem nenhuma seleção e como se fosse tudo em comum, não tem como fazer coleta seletiva e conseqüentemente, por não conseguir uma escala de volume viável economicamente, a atividade pode até ser inviabilizada.

A solução para problema desse tipo parece mais adequada a um esforço de comunicação através de formadores de opinião, como o marketing das grandes redes de televisão, expondo exemplos de procedimentos corretos no descarte dos resíduos em novelas, por celebridades. Essa estratégia já se confirmou ser eficiente para gerar hábito, como no de uso do cinto de segurança nos carros.   Uma comunicação com mais ênfase através das próprias embalagens, orientando o consumidor a descartartá-las também seria uma forma de contribuição desejável e até conveniente ao marketing. Desse modo podemos entender que um grande problema não é a reciclagem ou coleta seletiva e sim o “Descarte Seletivo” principal gerador dos grandes lixões.[...]

[...] Não há coleta seletiva se o descarte não for seletivo
Infelizmente não tem visto, por parte das instituições governamentais, escolas e a própria imprensa, indicação para a sociedade como fazer o descarte de resíduos da maneira correta e conveniente, e quando diz, tem sido de modo que não atinge o essencial da questão.

Na maioria das escolas, shoping’s, locais públicos de grande movimento, normalmente existem recipientes para coleta seletiva com indicação para: papéis, vidros, plásticos, metais etc.; mas se verificarmos, na maioria desses locais, vamos entender que muita gente ainda não seguem as indicações para o destino correto do que descartam. Desse modo, podemos constatar que não haverá coleta seletiva porque o descarte dos materiais foi totalmente aleatório. Tudo misturado.

Grande maioria dos jovens, infelizmente, ainda não adquiriu a consciência para a necessidade de evitar a formação de lixo.

Caso haja esforços no sentido de orientar as crianças de hoje para procedimentos mais aprimorados, com expectativa de mais cuidado com a natureza, com formação de mentalidades voltadas para o aproveitamento dos orgânicos em compostagens, se ficarem atentos para o descarte seletivo como comportamento padrão, no futuro as próximas gerações serão mais gratificadas e a natureza provavelmente será mais generosa, as pessoas mais felizes, mais civilizadas e merecedoras do planeta em que vivem.

Cabem a todas às escolas e principalmente as de primeiro grau, onde normalmente são iniciados muitos hábitos culturais e que são também formadoras de opinião, dar mais importância ao assunto.


5 - Compostagens
Existem várias técnicas para fazer o composto orgânico dependendo do local e condições do ambiente: Em sítios, casas com quintal, apartamentos (condomínio)

Em sítios e ou Fazendas as compostagens são feitas quase sempre em forma de aterros e recebem, alem dos materiais gerados no próprio sitio, ‘resto-ingestus’ de restaurantes das cidades próximas que são usados para tratamento e engorda de suínos ou colocado para decompor. (ver compostagem em técnicas agrícolas)

Em casas residenciais, geralmente tem um quintal onde pode ser preparada uma pequena compostagem, suficiente para atender o descarte de orgânicos. Aquele material que é depositado na lixeirinha próximo a pia da cozinha. É importante que os moradores e quem faz o descarte para essa lixeirinha não deixe ser colocado nela outro tipo de material que não seja orgânico, como, por exemplo, plásticos, toco de cigarros, tampinha de garrafas, embalagem plástica de frango etc.

Em apartamentos, quase sempre há uma administração do condomínio. O espaço reservado para fazer a compostagem deve ser criado, pelo administrador, do tamanho proporcional ao número de apartamentos do edifício. Edifícios de apartamento em construção deve ser inserido no projeto área reservada para compostagem. O composto gerado poderá ser usado nos próprios jardins do edifício. Caso isso não seja possível, pode como alternativa, fazer um tratamento dos orgânicos misturando um pouco de terra, para evitar mau cheiro, e retirar diariamente para um local em zona rural onde exista uma compostagem (atividade comercial) que possa receber material de diversos lugares para decompor. Vejam técnicas de compostagens no site cujo endereço segue:
  
http://casa.hsw.uol.com.br/compostagem.htm 
Experiência de quem procede ao descarte sem orgânicos, indica que o material descartado é geralmente limpo e isento de mau cheiro, o que evita o ataque de animais e torna a coleta mais eficiente.

Os orgânicos representam uma percentagem muito pequena, mas muito útil para a compostagem e importante para não fazer lixo.

------
Praticamente não há lixo quando o descarte é seletivo e os orgânicos encaminhados para compostagens.


Lixo Urbano, um problema grave e invisível ao público